quinta-feira, 25 de junho de 2009

Casca da banana

João Vila Verde tem, em termos aritméticos, razões para se sentir melindrado… mas vejamos:

O défice das contas da festa do Bodo organizada pelo Município, ocorrida antes da administrada pela Empresa Municipal Pombal Viva, atingiu montante aproximado a duzentos e cinquenta mil euros. O Presidente do Conselho de Administração da dita empresa, Eng. Narciso Mota, sabia-o e o Administrador Executivo João Vila Verde não estava dispensado de o saber.

Foi a vaidade que perdeu o jovem Vila Verde: tivesse ele ponderado e teria facilmente chegado à conclusão de que se fosse fácil obter, com a referida festa, receita igual à despesa, já o Eng. Narciso Mota o teria feito; mas o seu maior erro foi autopromover-se promovendo a Pombal Viva. Tivesse ele promovido Pombal e não se teria assustado com as despesas, o povo compreenderia, teria perdoado a derrapagem que, comparativamente com o ano anterior, não foi assim tão grande.

Percebe-se que a procissão vai no adro e mesmo até depois do Eng. Narciso Mota sair, o próximo ocupante dos Paços do Concelho vai ver-se a braços com muito mais “casca de banana” estrategicamente colocada por ele na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Pombal ao longo de 12 anos. No entanto, o dito ocupante poderá optar por dar continuidade a essa estratégia e consequentemente Pombal continuará a afundar-se. Se optar por estratégia diferente (ainda que consiga captar investimento, se socorra dos fundos disponíveis com consequente endividamento do Município e faça melhor gestão dos dinheiros) e conseguir chegar ao fim do mandato sem ficar louco, só um milagre fará que consiga o mandato seguinte, ou seja, porque foram produzidos condicionalismos que obstam ao desenvolvimento de Pombal, a recuperação será necessariamente lenta; logo, é previsível que ao fim de quatro anos de mandato seja pouco vistoso o trabalho desenvolvido: o povo não tem dinheiro, pelo que não é possível aumentar as receitas, antes pelo contrário, coisa que só não percebe quem não quer ver. Assim sendo, é mais do que nunca necessário que haja rigor na atribuição de apoios às instituições/associações que, se quiserem ser beneficiárias de prémios, terão que trabalhar e eventualmente ser competitivas, na medida em que deve ser tida em consideração a “justa proporção da diferença”.

16 de Junho de 2009

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